A Cossoul abre chamada para artistas visuais que queiram desenvolver um projecto expositivo no seu espaço, em Lisboa, no âmbito da programação “Balão”. Esta edição propõe uma reflexão em torno do Território enquanto construção sócio-cultural e narrativa de pertença. Procuram-se propostas que incorporem os princípios de produção, diálogo e participação, e que se aproximem de práticas instalativas ou site-specific.

Submissões até 15 de Maio de 2025.

Local: Rua Nova da Piedade, 66 – Lisboa

Para mais informações sobre o regulamento e informações técnicas: geral@guilhermecossoul.pt

Balão intitula um ciclo expositivo delineado para a Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul, em conformidade com a sua identidade e as condicionantes do espaço. Tendo como conceitos estruturadores a produção, o diálogo e a participação, este ciclo compreende exposições individuais, conversas e workshops dedicados a cada um dos artistas. Os artistas que acolhemos são convidados ou selecionados por open call e, também, por candidaturas espontâneas que aprovamos conforme a sua adequação aos objetivos do projeto. Com pouco mais de um ano de existência, o balão tem vindo a apresentar um painel de artistas de diferentes sensibilidades, que se alinham por uma semelhante vontade de dar e de escutar as vozes nas artes visuais.

Respeitando as características físicas da galeria da Cossoul, estas exposições pretendem-se próximas à tipologia do site-specific, ambicionando-se a geração de uma relação íntima entre o trabalho dos artistas e este espaço. Objetiva-se também a geração de uma experiência envolvente para os espectadores, incentivando-os à ativação da obra de arte.

A duração prevista para cada uma das exposições é de cerca de dois meses e compreende o desenvolvimento das atividades que lhes são fundamentais — as conversas e os workshops.

Correspondendo ao lugar específico para o pensamento e para o diálogo na imagem, o balão e o projecto por ele intitulado, visam proporcionar uma experiência activa, tanto para os autores como para os espectadores, no âmbito das artes visuais. Este espaço-tempo pretende-se estabelecido a partir das exposições individuais, das quais irradiam conversas entre os artistas e os oradores convidados.

Em cada uma destas conversas são tocadas as mundividências e os imaginários de cada artista e explorados assuntos inerentes às suas obras e práticas, num ambiente informal e de proximidade com os espectadores.

Em conformidade com o já apresentado, o projeto balão – produção, diálogo e participação, firma um ciclo de exposições, conversas e workshops. Em consonância com o âmbito participativo e educativo que lhe está na origem, os workshops que com este projeto se propõem partem de cada exposição para abrir novas leituras e entendimentos das obras apresentadas. Deste modo, cada workshop é especificamente concebido a partir do trabalho de cada artista, representando um contributo para uma experiência mais próxima do pensamento e/ou das técnicas que lhes são subjacentes. A sua orientação contará com a participação de cada artista e com a de um membro da equipa da Cossoul.

Estes workshops são destinados ao público em geral e firmam o convite à concretização de um exercício simples, segundo a prática de cada artista, em termos técnicos, processuais ou conceptuais.

INÊS NÊVES _{Linha entre nós}

Em linha entre nós Inês Nêves apresenta o fazer artístico como uma extensão do sujeito, bem como meio de inserção e de relação com o mundo. Nesta exposição, a artista aprofunda a sua investigação sobre a linha desenhada como um elemento pessoal e íntimo, tão explícito na produção do rastro. O rasto, esse resultado do ser em movimento, é aqui atendido segundo a dimensão corporal, dinâmica e espacial que lhe é característica. Esta leitura expandida do elemento gráfico da linha faz-se, assim, preconizada pela sua transposição gestual e espacial para a construção de obra imersiva. Ao ser transposta para a quarta dimensão, a linha transforma-se numa ferramenta de comunicação não-verbal e aberta à alteração e ativação do espectador,  tornando-o assim num co-criador.

Sobre a artista: Inês Nêves (1995, Porto) é uma artista multidisciplinar que investiga a performance e artes plásticas através de um processo auto-etnográfico, baseando a sua pesquisa numa visão antropológica e fenomenológica da relação entre corpo, espaço, matéria e movimento. Inês tem desenvolvido projectos artísticos desde 2021 em Portugal, Suécia e Estónia. Desde 2019 tem vindo a co-fundar e/ou integrar projectos colectivos de natureza curatorial e programação cultural como: mais uno +1, Vent Space Project, Residência Aberta para Artistas Mart’s Garage, Ecossistema Portal, ou Artistas Anónimos. Inês tem-se ainda dedicado à investigação independente: participando em publicações académicas, apresentando em palestras e conferências internacionais, e integrando a Rede de Jovens Investigadores KAIRÓS. Em 2022, Inês foi reconhecida com o Prémio de Pintura da Mostra Nacional de Jovens Criadores. Email: helloineves@gmail.com Instagram: @ine.ves Website: www.ineves.pt

ÂNGELA FONSECA _{in_completo}

“In_completo” intitula a exposição individual de Ângela Fonseca concebida especificamente para o espaço expositivo da Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul. Em consonância com o já demarcado carácter atento e singular da sua prática, nesta exposição a jovem artista apresenta uma instalação resultante da sua observação e vivência das dinâmicas presentes na Cossoul, bem como do diálogo íntimo com o seu espaço. Centrando-se ainda na construção colectiva, em “In_completo” Ângela Fonseca desafia o espectador a uma experiência análoga à sua, solicitando o contributo do público para o desenvolver da obra.

Sobre a artista: Ângela Fonseca (Lisboa, 2000) é licenciada em escultura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (2021). Actualmente frequenta o curso de curadoria da Sociedade Nacional de Belas Artes. Expõe desde 2017, a 4º edição da Bienal Internacional de Arte de Gaia (2021), a exposição “À Superfície” no Museu Mineiro – centro Ciência Viva (Lousal, 2022). Dentro do domínio da escultura, o seu trabalho desenvolve-se em torno das relações entre objectos construídos, corpo e espaço em actos performativos.